domingo, 24 de abril de 2011

As Constelações Sistémicas Integradas - CSI


As CONSTELAÇÕES SISTÉMICAS INTEGRADAS - CSI são uma forma de abordagem terapêutica para trabalhar com os mais variados assuntos, nos sistemas humanos. A sua primeira e mais frequente utilização relaciona-se com as temáticas que emergem no interior das nossas famílias ou surgem por influência exterior nas mesmas. A sua outra utilidade marcante é em relação às organizações como empresas, escolas, clubes, etc.

Um dos aspectos fundamentais das Constelações Sistémicas com famílias é a sua capacidade para entrar em linha de conta com questões transgeracionais. Neste sentido, as terapias familiares que se ocupam especificamente de temas transgeracionais tiveram uma influência muito particular e significativa no trabalho das Constelações Sistémicas Integradas.

A família é uma célula, ou seja, uma unidade interactiva, afectada pelas gerações passadas, que opera segundo um conjunto de princípios unificadores, que incluem os seguintes pressupostos: O todo é maior que a soma das suas partes. Desta forma, um corpo humano vivo é mais que simplesmente os seus órgãos e vísceras. Similarmente, uma família ou organização é mais do que simplesmente uma quantidade de membros agrupados. Também depende de como estão unidos e de como interactuam. Todos os elementos de um sistema são interdependentes. Alterações num elemento resultam em alterações em todos os outros. Tudo aponta para a impossibilidade da separação das experiências vividas, das crenças e práticas culturais consensuais.

No entanto, existe no sistema familiar um conceito de diferenciação, como o grau de reactividade emocional. O foco da Constelação Sistémica Integrada - CSI é o de ajudar as pessoas a evitarem que sejam “engolidas” por dinâmicas familiares predizíveis. Um exemplo extremo deste tipo de dinâmica é quando um indivíduo se vê envolvido num conflito familiar violento, ainda que quando isso vá contra os seus próprios interesses. Este conceito de diferenciação sustenta a transição do “amor cego” para o “amor iluminado” tal como foi descrito mais tarde por Bert Hellinger.

Os conceitos de lealdade, justiça, equidade e equilíbrio atravessam as gerações. As acções de cada pessoa num sistema têm inevitavelmente consequências nos outros membros do sistema, uma vez que as consequências fluem de pessoa para pessoa e de geração para geração. Estes foram os alicerces para a ideia de Bert Hellinger em que as pessoas implicadas em eventos com forte impacto na vida de uma família/organização, passam a fazer parte integral do sistema familiar/organizacional.

Os membros do grupo de assistentes co-terapeutas, isto é, representantes perceptivos ou ego auxiliares, têm formação específica para desempenhar os papéis dos membros, elementos da família ou da organização que se está a tratar.

Neste processo, revelam-se dinâmicas ocultas e inesperadas que operam no interior do sistema e são tratadas duma forma em que se procura encontrar um lugar salutar e respeitoso para todos os membros do sistema em questão.

Geralmente, realizamos as Constelações com o mesmo grupo de co-terapeutas durante o tratamento de uma temática, que pode ter a duração de uma ou várias sessões. Criam-se momentos voltados para o surgimento de momentos de inovação, novos insights e o desenvolvimento de uma empatia mais profunda no que diz respeito às famílias e/ou organizações, com uma perspectiva integrativa maior. Isto é em parte responsável por uma sensação mais profunda de compaixão e de pertença.

Através deste processo, podemos ver e sentir a nossa força e vulnerabilidade partilhada com os membros da nossa família e com o resto da humanidade. A complexa rede de inter-conexão que desde gerações passadas alcança o nosso presente, serve de trampolim para o nosso futuro.

As Constelações Sistémicas Integradas revelam e, até certo ponto, clarificam o funcionamento das forças nos sistemas vivos que, de certa forma, ainda são muito desafiantes de compreender e usar. Existem pistas destas mesmas forças junto da natureza, quando avistamos os mistérios quotidianos, como o vôo sincronizado de bandos de pássaros (Sheldrake R. 2003). Se a coordenação estivesse baseada na percepção dos pássaros percepcionarem cada um dos outros, através dos seus sentidos, como nós os entendemos, então as suas mudanças de direcção dariam lugar a uma sucessão de tombos, como um efeito de peças de dominó. Em vez disso, eles movem-se como se fossem um só, sem qualquer atraso.

As Constelações Sistémicas Integradas também assentam em modos de comunicação que muitos não compreendem completamente. Isto permite que as dinâmicas de uma família/organização sejam reveladas através dos representantes perceptíveis.  
Intelectualmente, podemos compreender temas sistémicos complexos, como por exemplo, a morte de um bebé à nascença, que pode causar um sofrimento não resolvido nos pais e afectar a ligação ao filho ou filha que vem depois. Então, o desenvolvimento deste filho pode ser seriamente afectado, ao ponto de interferir no seu papel parental em relação aos seus próprios filhos. Quando o filho ou a filha deste homem ou mulher chega à terapia, é quase impossível tratar o efeito da morte do seu tio à nascença por meio de intervenções psico-terapêuticas clássicas. Numa situação como esta, é muito fácil que o terapeuta verifique que o seu cliente esteja bloqueado pelo ressentimento duma mãe emocionalmente ausente. 

No entanto, o processo da Constelação Sistémica revela uma imagem simples e memorável da dinâmica que permite ao cliente ter um olhar compassivo sobre a situação no seu conjunto, proporcionando uma auto-consciência, uma imagem curativa que lhe vai permitir deixar de tomar a ausência emocional da mãe duma forma pessoal. Então, o cliente passa a aceitar completamente o presente na sua vida, ficando livre de ressentimentos que envenenaram a sua vida até então.

Tal como as forças naturais que se encontram por detrás da electricidade que sempre estiveram presentes na natureza, tal como a força da gravidade mantém unidos os vários elementos do nosso universo, as forças que se revelam no processo da Constelação Sistémica Integrada, sempre nos acompanharam.

O trabalho de uma linhagem de filósofos e terapeutas tornou-se gradualmente visível e ajudou-nos a compreender as forças misteriosas que ligam os grupos de seres humanos. Esta linhagem inclui Edmunde Husserl, o pai da fenomenologia, Ivam Boszormenyi-Nagy , pioneiro do pensamento transgeracional sistémico, Virginia Satir, quem desenvolveu as esculturas familiares, precursoras das Constelações Sistémicas e Salvador Minuchin, o iniciador da terapia familiar estruturada.

O sistema familiar/organizacional tem uma consciência que exige que o sistema se encontre em ordem. São três os princípios que determinam como isto acontece:

1. Todos têm o mesmo direito de pertencer ao seu sistema;
2. Existe uma hierarquia temporal;
3. Cada pessoa no sistema carrega o seu próprio destino;

1. Todos têm o mesmo direito a pertencer ao seu sistema

O sistema familiar inclui:
Todos os filhos, incluindo os que nasceram mortos, filhos adoptados, meio irmãos e alguns filhos abortados ou perdidos. Os pais e os seus irmãos. Casamentos (ligações) anteriores dos pais. Avós e os seus casamentos (ligações) anteriores. Bisavós (às vezes). Aqueles que, em relação ao sistema familiar, carregam uma perda ou obtiveram um benefício que lhes mudou a vida, por exemplo, pessoas cujos bens foram roubadas por um antepassado. Podemos excluir membros do nosso coração de muitas maneiras. Podemos evitar o luto ou simplesmente esquecer quem morreu jovem. Podemos negar abortos, crianças que tenham sido entregues para a adopção, relações extra conjugais ou relações anteriores. Nestes casos, as consequências podem ser sentidas por indivíduos em gerações posteriores sem que eles tenham consciência da razão porque sentem o que sentem.

2. Existe uma hierarquia temporal.

Esta hierarquia define a relação energética entre os membros da família. Todos os integrantes do grupo devem tomar o seu lugar de acordo com o seu nível de pertença, para que o sistema e os seus membros possam prosperar.

Os pais vieram antes dos filhos. Em consequência, têm a responsabilidade pelos seus filhos. Às vezes, quando um pai está debilitado, um filho tenta tratar dele. Quando esta situação se instala, denomina-se parentificação do filho. Isto é danoso, não só para o filho envolvido, mas também para todo o sistema familiar. Existe uma hierarquia similar, mas menos intensa entre irmãos e irmãos, respeitando a sua ordem do nascimento.

3. Cada pessoa do sistema carrega o seu próprio destino

Descobriu-se, através da observação fenomenológica que, frequentemente, um membro de uma família toma os sentimentos de outro membro. Estes sentimentos podem incluir orgulho, vergonha, culpa e pena.

Frequentemente, um elemento mais jovem toma os sentimentos de um elemento mais velho. Este é um processo inconsciente para todos os envolvidos. Quando isto é rectificado durante o processo da Constelação Sistémica Integrada - CSI, todos se relaxam e a pessoa que esteve a carregar os sentimentos do outro, torna-se livre para reagir com recursos e com eficácia aos desafios e exigências da vida.

Das descobertas semelhantes, feitas na terapia familiar sistémica, permitiram olhar para estas ordens do amor. Por exemplo, os efeitos destrutivos da parentificação do filho, já tinham sido observados, há algum tempo, antes do aparecimento das Constelações Sistémicas Integradas-CSI. 

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